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Amazonas

Amazonas registra mais de 200 focos de queimadas em 24 horas

O Estado já se encontra em emergência ambiental, com 22 dos 62 municípios em situação crítica (Foto: Nilmar Lage/Greenpeace/Divulgação)

O Amazonas registrou mais de 200 focos de queimadas em um único dia, segundo dados do Programa de Queimadas do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Esse aumento significativo foi observado nesta sexta-feira, 19, durante um período de estiagem preocupante no estado.

O Inpe já havia alertado para o aumento das queimadas na terça-feira, 16, quando foram detectados 117 focos de calor no Amazonas. Esse número contrastava fortemente com a média diária de 21 queimadas observada ao longo de julho. Contudo, os dados mais recentes mostram um salto ainda maior, com 260 focos de calor registrados entre quinta-feira, 18, e esta sexta.

Um dado preocupante do relatório é que o município de Lábrea, localizado na Região Sul do Amazonas, é o segundo com mais focos de queimadas em todo o Brasil, ficando atrás apenas de Corumbá, no Mato Grosso do Sul, conhecida como a ‘capital do Pantanal’. Desde o início de julho, Lábrea registrou 267 focos de calor, contribuindo para um total de 773 queimadas em todo o estado somente neste mês.

A estiagem no Amazonas está se configurando como uma das mais severas dos últimos anos, segundo o Governo do Estado. Cerca de 10 mil pessoas estão sendo diretamente afetadas pela seca, que resulta no isolamento de comunidades e no desabastecimento devido à baixa nos níveis dos rios.

A situação de emergência já foi declarada em 22 municípios, e em Manaus, o Rio Negro registrou uma descida de 54 centímetros apenas no mês de julho.

A seca também atinge outros estados da região Norte. O Rio Tarauacá, que banha a cidade de Envira, está com um nível significativamente baixo. Em 16 de julho de 2023, o rio media 8,55 metros, enquanto nesta terça-feira, 16, estava com apenas 5,26 metros. Em alguns trechos, é possível percorrer a pé o trajeto entre as duas margens do Rio Jurupari. No fim de semana, as águas mediam 1,22 metro. No ano passado, mediam 6,77 metros.

Diante desse cenário, a Defesa Civil do Amazonas recomenda que a população das áreas mais afetadas busque abrigo nas sedes dos municípios para receber alimentos e evitar o isolamento. A previsão é que a estiagem deste ano seja ainda mais grave do que a de 2023, quando o Rio Negro atingiu o menor nível de sua história, medindo 13,59 metros.

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