Ademar Cardoso, irmão da ex-sinhazinha do Boi Garantido, Djidja Cardoso, decidiu cancelar a entrevista que antes estava autorizada pela Justiça ao jornalista investigativo Roberto Cabrini, da TV Record. Ademar, junto com sua mãe, Cleusimar Cardoso, estão detidos sob suspeita de envolvimento na criação da seita “Pai, Mãe, Vida”, que supostamente fornecia e incentivava o uso de drogas psicotrópicas.
A autorização para a entrevista havia sido concedida após decisão do juiz Celso Souza de Paula, do Tribunal de Justiça do Amazonas (TJAM), em 29 de agosto. O magistrado havia determinado que a entrevista fosse realizada para garantir a transparência do caso e alertar a população sobre os riscos associados ao uso inadequado de substâncias de cetamina, uma droga utilizada para uso veterinário.
No entanto,13 dias após a decisão, Ademar Cardoso enviou um comunicado informando que não pretende participar da entrevista enquanto estiver preso no Centro de Detenção Provisória de Manaus I (CDPM I). Ademar, que foi preso no final de maio após tentar fugir da polícia, afirmou que só se pronunciará quando estiver em liberdade.
De acordo com a Lei N° 2.711/2001, que rege o Estatuto Penitenciário do Estado, os detentos não são obrigados a participar de entrevistas ou atos de divulgação de informações aos meios de comunicação, mesmo que haja uma decisão judicial favorável. Portanto, a recusa de Ademar em conceder a entrevista está respaldada pela legislação.
Ainda não há informações sobre possíveis mudanças na decisão referente à entrevista de Cleusimar Cardoso, que também está detida e envolvida na investigação.
A morte de Djidja Cardoso, encontrada sem vida em sua residência no bairro Cidade Nova, Zona Norte de Manaus, em 28 de maio, desencadeou uma série de investigações. As apurações revelaram que sua mãe e seu irmão, juntamente com outros suspeitos, estariam envolvidos em uma seita que promovia o uso recreativo de cetamina.
A investigação, concluída em junho, resultou no indiciamento de Cleusimar e Ademar Cardoso, além de outras nove pessoas, por diversos crimes, incluindo tortura com resultado de morte e tráfico de drogas. Os indiciados são:
- Ademar Cardoso, irmão de Djidja Cardoso
- Cleusimar Cardoso, mãe de Djidja Cardoso
- Verônica da Costa Seixas, gerente do Belle Femme
- Marlisson Vasconcelos Dantas, cabeleireiro e maquiador
- Claudiele Santos da Silva, maquiadora
- Bruno Roberto Lima, ex-namorado de Djidja
- Hatus Silveira, ex-fisiculturista
- José Máximo, proprietário da clínica veterinária MaxVet
- Savio Pereira, funcionário da clínica MaxVet
- Emicley Araújo, funcionário da clínica MaxVet