Em meio a um cenário político cheio de reviravoltas, os vereadores de Manaus que não conseguiram se reeleger nas eleições de 2024 já estão de olho em novas oportunidades. Sem mandatos a partir de 2025, muitos deles estão tentando garantir um espaço na administração municipal, especialmente em secretarias, na esperança de se manterem no jogo político. Com o recente crescimento do Capitão Alberto Neto (PL), os derrotados tem procurado o deputado federal em busca de ‘regalias’.
Apoiado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro e tendo Maria do Carmo (Novo) como vice, Alberto surpreendeu a todos ao garantir uma vaga no 2º turno com 24,94%, equivalente a 275.063 votos.
Com o segundo turno das eleições para prefeito se aproximando, o foco desses políticos se volta para Alberto Neto, candidato que se tornou uma espécie de esperança para os que buscam um novo cargo público. Disputando as eleições contra o atual prefeito e candidato à reeleição, David Almeida (Avante), o candidato apoiado por Bolsonaro tem ganhado força nas ruas, como evidenciado pela recente pesquisa eleitoral divulgada nesta segunda-feira (09).
Apesar de Neto ter declarado recentemente que os vereadores que o procuram “estão indo lá por nada”, a realidade nos bastidores parece ser outra. A troca de apoio político por cargos é uma prática comum, e poucos acreditam que esse cenário seria diferente desta vez.
Vereadores derrotados
Entre os vereadores que buscam uma ‘boquinha’ estão nomes conhecidos como Lissandro Breval (PP), Caio André (União Brasil), Dr. Daniel Vasconcelos (Republicanos), Elissandro Bessa (PSB), Glória Carratte (PSB) e Marcel Alexandre (PL). Todos foram rejeitados nas urnas, mas agora almejam um lugar na nova gestão municipal em caso de vitória de Alberto Neto.
A maioria dos vereadores não eleitos que buscam uma forma de continuar a usufruir das regalias da política fazia parte da Coligação ‘Manaus Merece Mais’, do ex-candidato a prefeito Roberto Cidade (União Brasil). Além do União Brasil, faziam parte o Progressistas (PP), o Republicanos, o Podemos, o Partido da Mulher Brasileira (PMB), o Partido da Renovação Democrática (PRD) e o Partido Socialista Brasileiro (PSB).
Dos 13 vereadores não eleitos, seis declararam apoio ao candidato de Jair Bolsonaro, e apenas Marcel Alexandre sempre esteve ao lado do capitão Alberto Neto, fazendo parte da mesma sigla que o candidato. Os demais apoiaram Roberto Cidade até o fim, já que o candidato do União Brasil era o favorito para estar no segundo turno das eleições.
Agora, ex-aliados de Cidade, tanto vereadores eleitos quanto aqueles que falharam em garantir uma cadeira na Câmara Municipal de Manaus (CMM), migram em massa para a campanha de Capitão Alberto Neto (PL). A rápida troca de lado por parte dos apoiadores de Roberto mostrou que as alianças firmadas podem ser facilmente descartadas.
Essa corrida por cargos, embora recorrente na política brasileira, levanta questionamentos sobre a ética e a integridade dos vereadores, que optam por não se afastar do poder. Para muitos, a postura deles reflete mais o desejo de permanecer na política a qualquer custo do que um compromisso genuíno com o bem-estar da população.
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