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Em Manaus, candidatos de Lula e Bolsonaro não alcançam adesão pública esperada

A divisão entre os candidatos de direita e a queda de popularidade de Marcelo Ramos tornam a disputa ainda mais acirrada e imprevisível (Foto: Reprodução/Redes Sociais)

Na capital amazonense, conhecida por ser um reduto eleitoral de Jair Bolsonaro, a corrida para o segundo turno das eleições municipais permanece indefinida. O deputado federal Capitão Alberto Neto (PL), candidato apoiado pelo ex-presidente, enfrenta dificuldades para garantir uma vaga na próxima fase do pleito. No último sábado, em uma tentativa final de impulsionar a campanha, Bolsonaro visitou Manaus pela segunda vez neste período eleitoral, reforçando seu apoio ao candidato do PL. No entanto, as pesquisas mais recentes indicam um cenário de intensa concorrência.

O candidato do PT, Marcelo Ramos, que conta com o apoio de Lula, está ainda mais distante do segundo turno. Sem conseguir transferir para campanha a melhora na economia nacional e com uma rejeição considerável na cidade, Ramos tem encontrado dificuldades para reverter sua imagem negativa perante o eleitorado.

Cenário fragmentado e pesquisas divergentes

As pesquisas divulgadas em 25 de setembro mostram um quadro complexo. A pesquisa Atlas/Intel (registro nº AM-02999/2024) coloca Alberto Neto na segunda posição com 22,9%, empatado dentro da margem de erro com Amom Mandel (19,2%). Já a Futura (nº AM-08625/2024) aponta Roberto Cidade em segundo, com 26,3%, seguido por Alberto Neto, com 14,7%. Na Perspectiva (nº AM-09920/2024), novamente Roberto Cidade aparece à frente com 21%, enquanto Alberto Neto segue com 14,4%. Em todos os levantamentos, o prefeito David Almeida (Avante) lidera com folga, consolidando sua posição no segundo turno. Marcelo Ramos aparece em quinto lugar em todas as sondagens.

Direita dividida prejudica candidaturas

Apesar de Manaus ter recebido o título de “capital bolsonarista” em 2022, quando Bolsonaro obteve 61,28% dos votos na cidade, a divisão entre os candidatos de direita enfraqueceu sua força. A candidatura de Roberto Cidade (União) e a de Alberto Neto (PL) disputam o mesmo eleitorado, mas saíram separados no pleito por problemas de negociação interna.

A escolha de Alfredo Menezes como vice na chapa de Roberto Cidade também contribuiu para a cisão. Menezes, que se apresentou como amigo de Bolsonaro, chegou a pleitear a vaga de candidato apoiado pelo ex-presidente, mas foi preterido em favor de Alberto Neto.

A primeira visita de Bolsonaro a Manaus, em um evento na Arena Amadeu Teixeira, reuniu menos pessoas do que o esperado. A estimativa inicial era de 10 mil apoiadores, mas apenas 5 mil compareceram, o que resultou em críticas de Menezes, que afirmou que a presença de Bolsonaro seria mais eficaz se estivesse ao lado de Roberto Cidade.

Rejeição prejudica candidato de Lula

Marcelo Ramos, o candidato petista, enfrenta a maior rejeição entre os principais concorrentes. Sua dificuldade está diretamente ligada à rejeição de Lula em Manaus, onde 60% do eleitorado expressa uma visão negativa do ex-presidente, conforme a pesquisa da Atlas/Intel. Ramos tem tentado se associar a realizações de governos petistas, como a construção da ponte Rio Negro e da Arena da Amazônia, mas essa estratégia não tem surtido o efeito esperado.

Com a corrida ao segundo turno ainda em aberto, David Almeida se mantém como o favorito, enquanto seus possíveis adversários seguem disputando uma vaga no segundo turno. A divisão entre os candidatos de direita e a queda de popularidade de Marcelo Ramos tornam a disputa ainda mais acirrada e imprevisível.

Foto: Reprodução/Redes Sociais

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