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Indígenas são presos por estupro coletivo e feminicídio no interior do Amazonas

A vítima, Rosimar Santos de Oliveira foi atacada ao voltar de uma festa de Réveillon, na madrugada do dia 1º de janeiro.

Indígenas são presos por estupro coletivo e feminicídio no interior do Amazonas
A vítima, Rosimar Santos de Oliveira foi atacada ao voltar de uma festa de Réveillon, na madrugada do dia 1º de janeiro. (Foto: Divulgação)

Os indígenas Sirrico Aprueteri Yanomami, de 19 anos, e Sandoval Aprueteri Yanomami foram presos pela 75ª Delegacia Interativa de Polícia (DIP) por envolvimento no estupro coletivo e feminicídio de Rosimar Santos de Oliveira, de 45 anos, pertencente à etnia Baré. O município de Barcelos, a 399 quilômetros de Manaus, foi palco de um crime bárbaro que chocou a comunidade local e gerou comoção em todo o estado do Amazonas.

O crime ocorreu na madrugada do dia 3 de janeiro, na Rua Vereador José Basílio, em Barcelos. O corpo de Rosimar foi encontrado em uma área de mata, com sinais de violência sexual e múltiplas perfurações de faca. Segundo o delegado John Castilho, titular da 75ª DIP, o ato foi registrado em vídeo pelos criminosos e compartilhado em aplicativos de mensagens, o que ajudou a polícia a identificar os responsáveis.

Investigações e prisões

As investigações começaram imediatamente após a descoberta do crime. A polícia identificou Sirrico Aprueteri Yanomami como um dos principais autores e efetuou sua prisão na terça-feira (7), na comunidade do Cumaru, região do Médio Rio Negro. Além de Sirrico, Klésio Aprueteri Yanomami, de 26 anos, e um adolescente de 17 anos também foram apontados como participantes diretos do crime, mas seguem foragidos.

Sandoval Aprueteri Yanomami foi preso por ajudar os criminosos na fuga após o assassinato. Ele responderá por favorecimento pessoal. Já Sirrico e os demais suspeitos foram indiciados por estupro coletivo e feminicídio.

A polícia contou com o apoio da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), Força Nacional de Segurança Pública, Polícia Militar do Amazonas (PMAM) e Guarda Civil Municipal (GCM) para realizar as prisões. Todos os detidos foram encaminhados para audiência de custódia e permanecerão à disposição da Justiça.

Morte violenta

Rosimar Santos de Oliveira foi atacada ao voltar de uma festa de Réveillon, na madrugada do dia 1º de janeiro. Segundo relatos, ela havia conhecido os agressores momentos antes, durante a celebração. Armados com facas, os criminosos a abordaram no trajeto para casa, violentaram-na sexualmente e, diante de sua resistência, desferiram diversas facadas, matando-a no local.

Testemunhas que presenciaram o ato tentaram intervir, mas foram ameaçadas pelos agressores. Uma dessas testemunhas conseguiu registrar o crime em vídeo e entregou as imagens à polícia, contribuindo para a identificação dos suspeitos.

O caso gerou revolta entre os moradores de Barcelos e levantou debates sobre a violência contra as mulheres indígenas e a atuação das autoridades em áreas remotas. A brutalidade do crime, associada ao compartilhamento das imagens, deixou a comunidade em estado de choque.

A polícia segue em busca dos dois suspeitos que permanecem foragidos e pede que informações sejam repassadas de forma anônima através do telefone da delegacia local.

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