O Tribunal de Justiça do Amazonas (TJAM) decidiu nesta quarta-feira (11), manter a prisão do líder comunitário Luan Patrono, 30, e do namorado dele, 21, os dois acusado de abusar sexualmente de uma criança de 9 anos, que seria filha afetiva do casal. Os dois foram presos na terça-feira (10), na comunidade Nossa Senhora de Fátima, bairro Novo Aleixo, na zona norte de Manaus.
De acordo com informações da assessoria de comunicação do TJAM ao NOTÍCIAS DE MANAUS, os acusados passaram por audiência de custódia e a prisão foi mantida. O processo tramita em segredo de justiça por envolver um menor de idade como parte processual.
Familiares e amigos de Luan Patrono chegaram a protestar nas imediações do Fórum Henoch Reis, pedindo a libertação do acusado.
Em vídeo, a deputada da Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam), Joana Darc (União Brasil) lamentou o apoio dado ao acusado e rechaçou os ataques sofridos por ela após expor o caso.
A prisão
Segundo a titular da Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente (Depca), Juliana Tuma, os suspeitos presos já haviam sido indiciados por estupro de vulnerável e satisfação da lascívia na presença de crianças e adolescentes.
“Durante escuta especializada, a vítima de 9 anos relatou que o pai afetivo, de 30 anos, levava ela para casa dele e, juntamente com o homem de 21 anos, obrigava ela a fazer sexo oral e tocar nos órgãos genitais deles. Os dois autores se relacionavam sexualmente na frente da criança e acabavam cometendo abusos”, disse a delegada.
Ainda de acordo com as autoridades, foram apreendidos itens que podem ajudar a comprovar os crimes que continuam sob investigação. Os dois homens responderam por violação de vulnerabilidade e satisfação da lascívia na presença de crianças e adolescentes, e permanência à disposição do Poder Judiciário.
O caso
O acusado se envolveu em uma polêmica com a deputada Joana Darc, quando ela e o marido, Aldenor Lima, que é candidato a vereador pelo mesmo partido, tentaram acusar funcionários da Prefeitura pela morte de um cachorro, atropelado por um rolo compressor.
O líder comunitário da zona norte de Manaus gravou um vídeo dizendo que os dois só apareciam no bairro em época de eleição e estavam se aproveitando de uma situação em que os trabalhadores não tiveram culpa, já que ninguém percebeu o animal sob o veículo.
Depois da confusão, a deputada levantou a ficha de Patrono, que revelou a acusação de estupro de vulnerável. As investigações então evoluíram e ele foi preso junto com um industriário, que seria seu companheiro no cometimento de crimes contra as crianças.