Manaus amanheceu neste sábado (10) envolta por um denso manto de fumaça, trazendo de volta memórias dolorosas da grave crise de qualidade do ar que a cidade enfrentou no ano passado. De acordo com o Sistema Eletrônico de Vigilância Ambiental (Selva), desenvolvido por pesquisadores da Universidade do Estado do Amazonas (UEA), a situação atual é alarmante em diversas áreas da cidade.
Os bairros Aparecida e Morro da Liberdade foram os mais afetados, com a qualidade do ar classificada como “péssima” devido a uma preocupante concentração de 85 MP2.5. Este material particulado fino pode causar sérios danos à saúde humana, incluindo doenças respiratórias como asma e pneumonia, além de contribuir para problemas ambientais como o aquecimento global e as chuvas ácidas. Nos bairros Parque 10 de Novembro e Compensa, localizados nas zonas Centro-Sul e Oeste, respectivamente, a qualidade do ar foi considerada “ruim” às 8h da manhã de hoje.
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O MP2.5, segundo a plataforma eCycle, é uma partícula microscópica presente em aerossóis que é liberada principalmente pela queima de combustíveis fósseis e de matéria orgânica. Essas partículas são altamente prejudiciais e têm efeitos adversos tanto na saúde humana quanto no meio ambiente.
A má qualidade do ar é causada pelas queimadas em Manaus, na região metropolitana e em municípios vizinhos. Nos últimos dois meses, o Corpo de Bombeiros registrou mais de 2 mil focos de incêndio.
População em risco
Nas redes sociais, a população manauara expressou sua preocupação e desconforto com a situação. Muitos relembraram o pesadelo de 2023, quando a cidade enfrentou uma cobertura de fumaça que perdurou por dois meses, resultando em níveis críticos de insalubridade e impacto na qualidade do ar. A volta dessa crise ainda mais cedo neste ano, já no início de agosto, gerou novos alarmes entre moradores e autoridades.
Com o retorno da fumaça, a população de Manaus e as autoridades locais estão mais uma vez à beira de enfrentar uma crise de saúde pública e ambiental.