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Níveis do Rio Amazonas sobem no Peru, mas seca histórica segue sem alívio

Níveis do Rio Amazonas sobem no Peru, mas seca histórica segue sem alívio
Níveis do Rio Amazonas sobem no Peru, mas seca histórica segue sem alívio

O Rio Amazonas, na região de Iquitos, no Peru, registrou uma subida nas últimas semanas, atingindo 75 metros e 42 centímetros nesta segunda-feira (30). Desde a última quarta-feira (25), as águas subiram 14 centímetros, conforme dados da Praticagem dos Rios Ocidentais da Amazônia (Proa). No entanto, especialistas alertam que essa elevação não representa o fim da seca na região.

Jussara Cury, pesquisadora do Serviço Geológico do Brasil (CPRM-SGB), esclareceu em entrevista ao A Crítica, que as recentes subidas no Peru indicam uma fase de estabilidade. “As elevações registradas no Peru indicam uma fase de estabilidade, onde as estimativas de chuva para as próximas semanas ainda estão em pequena ordem. Assim, essas subidas não podem ser consideradas indicadores de final de vazante para a região”, explicou Cury.

Em Manaus, a situação do Rio Negro segue em um cenário diferente. Enquanto no Peru o Rio Amazonas apresenta aumento, o Negro continua em processo de recessão, embora com descidas menores a cada dia. Segundo o CPRM-SGB, as quedas registradas estão na ordem de 17 centímetros diários. As expectativas para as próximas semanas indicam que o ritmo de descida do Rio Negro em Manaus vai diminuir.

A seca de 2024 tem potencial para se tornar a maior já registrada no Amazonas desde o início das medições, em 1902. A marca histórica de 12 metros e 70 centímetros, registrada no Rio Negro em 2023, pode ser superada este ano. Diversos rios da região amazônica já apresentam níveis extremamente baixos para o período, alguns atingindo recordes históricos.

Recordes de Seca no Interior

De acordo com o Boletim Estiagem divulgado nesta segunda-feira (30), os municípios de Manacapuru e Fonte Boa, ambos no Amazonas, bateram recordes de seca. Em Manacapuru, o nível do Rio Solimões chegou a 3 metros, enquanto em Fonte Boa, no baixo Solimões, a marca atingiu 7 metros e 32 centímetros.

O período de estiagem já afeta diretamente 186.921 famílias, somando um total de 747.642 pessoas impactadas em todo o estado. Esses números refletem a gravidade da seca, que se estende pelos principais rios da bacia amazônica, agravando a situação das comunidades ribeirinhas e dificultando o acesso a recursos essenciais.

Com as chuvas ainda distantes e os rios em níveis críticos, o cenário para as próximas semanas aponta para desafios ainda maiores na Amazônia.

Foto: Alex Pazuello/Secom

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