As obras das pontes sobre os rios Curuçá e Autaz Mirim, localizadas na rodovia BR-319, no Amazonas, avaliadas em R$ 43,8 milhões, não foram concluídas dentro do prazo previsto, devido a atrasos da empresa contratada. O superintendente do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) no Amazonas, Orlando Fanaia Machado, afirmou que a entidade avalia não renovar o contrato e buscar alternativas para finalizar as construções.
Com prazo de entrega estipulado para o dia 10 de outubro de 2023, a empresa responsável pelas obras, a J Nasser Engenharia, não conseguiu cumprir o cronograma. “Estamos chegando em outubro, que seria o prazo final da empresa de entregar o empreendimento. Ela não cumpriu o contrato”, disse Orlando Machado em entrevista ao podcast da Fecomércio-AM, na segunda-feira (30).
As pontes que estavam sendo reconstruídas sobre os rios Curuçá e Autaz Mirim desabaram em setembro e outubro de 2022, respectivamente, resultando em cinco mortes no incidente da ponte do Rio Curuçá. Para lidar com a emergência, o governo federal assinou contratos com a J Nasser Engenharia, em janeiro e março de 2023, sem licitação, para acelerar as obras.
Inicialmente, o custo da ponte sobre o Rio Curuçá foi estimado em R$ 24,8 milhões, mas já ultrapassou R$ 27,7 milhões, conforme informações do Portal da Transparência. A obra sobre o Rio Autaz Mirim, orçada em R$ 18,9 milhões, também sofreu atrasos significativos, com expectativas de conclusão prorrogadas até outubro de 2023. Mesmo assim, as construções não avançaram conforme o esperado.
Dnit busca alternativas para conclusão das obras
Diante do atraso e da ineficiência da empresa contratada, o Dnit estuda soluções para finalizar os empreendimentos no menor prazo possível. “Nós vamos tomar medidas para recuperar o tempo perdido. Há a ideia de não renovação desses contratos e tomar outras soluções para que a gente possa entregar essas pontes”, afirmou Orlando Machado.
Atualmente, balsas estão sendo utilizadas de forma improvisada para garantir a travessia dos veículos na região, evitando a interrupção do tráfego. Machado explicou que, graças a medidas como o reforço das margens com pedras, o uso das balsas tem sido viável até o momento.
Obras paradas e expectativa de retomada
Mais de um ano após o desabamento, a construção da ponte sobre o Rio Curuçá avançou pouco. Em fevereiro de 2024, apenas as bases das colunas de sustentação haviam sido erguidas, o que contribuiu para a frustração das autoridades e dos moradores da região.
Orlando Machado reconheceu o atraso e garantiu que o Dnit está trabalhando para agilizar a conclusão das obras. “Nós também estamos angustiados. Sabemos que é um projeto prioritário, e agora estamos tomando medidas para entregar as pontes no menor tempo possível”, concluiu o superintendente.
As pontes sobre os rios Curuçá e Autaz Mirim são essenciais para garantir a circulação de veículos e o transporte de mercadorias pela BR-319, uma das principais rodovias de ligação entre Manaus e o restante do Brasil. Com a conclusão das obras ainda indefinida, a expectativa é que novas medidas administrativas sejam tomadas para acelerar o processo.
Foto: Divulgação/DNIT