O tenente-coronel do Exército Hélio Ferreira Lima foi preso na manhã desta terça-feira (19) pela Polícia Federal (PF) durante a Operação Contragolpe. Até fevereiro deste ano, Hélio ocupava o comando da 3ª Companhia de Forças Especiais do Comando Militar da Amazônia (CMA), uma unidade militar de elite conhecida como “kids pretos”, especializada em combates emergenciais e operações de controle territorial.
A prisão do militar ocorre no contexto de investigações sobre a disseminação de notícias falsas e o apoio a atos antidemocráticos, incluindo os ataques golpistas às sedes dos Três Poderes, ocorridos em janeiro de 2023, em Brasília. Hélio já havia sido interrogado em fevereiro durante a Operação Tempus Veritatis, que investigou a participação de militares e civis nas tentativas de desestabilizar o processo democrático.
De acordo com a PF, o tenente-coronel teria utilizado sua posição de influência para produzir e divulgar informações falsas sobre o sistema eleitoral, incluindo questionamentos à confiabilidade das urnas eletrônicas e críticas ao então presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Alexandre de Moraes. As investigações também apontam que ele estimulou e forneceu suporte logístico aos acampamentos de manifestantes golpistas instalados em frente a quartéis do Exército, como o CMA, localizado na zona oeste de Manaus.
No depoimento prestado em 22 de fevereiro deste ano, Hélio Ferreira Lima permaneceu em silêncio, exercendo seu direito constitucional de não se autoincriminar. À época, ele foi destituído do cargo no CMA, mas continuava sob investigação.
A Operação Contragolpe faz parte de uma série de ações da Polícia Federal destinadas a responsabilizar indivíduos e grupos envolvidos em atos de desinformação e tentativa de ruptura democrática. A prisão de Hélio reforça o comprometimento das autoridades em apurar e combater movimentos que ameacem a estabilidade institucional do país.