Há dois meses, um porto flutuante em Itacoatiara, a 269 km de Manaus, vem garantindo o abastecimento da capital e do Polo Industrial de Manaus (PIM) durante uma das secas mais severas já registradas nos rios amazônicos. Operado pelas empresas Chibatão e Super Terminais, o porto ainda não tem previsão de desativação, pois depende da Marinha do Brasil atestar a navegabilidade do Rio Negro para permitir o retorno dos navios de grande porte até Manaus.
Desde sua inauguração, em 12 de setembro, o porto já movimentou cerca de 20 mil contêineres, assegurando o fluxo de mercadorias essenciais. Sua operação vem evitando um colapso no comércio e na indústria, garantindo que insumos e produtos cheguem ao seu destino final.
Operação
Com uma estrutura inovadora, o porto tornou-se peça-chave na logística da região. Os navios atracam em Itacoatiara, onde os contêineres são transferidos para balsas que seguem para Manaus. Cada comboio transporta entre 80 e 90 contêineres, navegando dia e noite para garantir a agilidade das operações.
O píer, com 277,5 metros de extensão, foi projetado para operar em áreas de baixa profundidade, sendo crucial durante o período crítico da seca. Além disso, estudos e dragagens em áreas estratégicas, como Tabocal e Enseada do Madeira, foram realizados para assegurar a fluidez das operações.
Legado
A estrutura temporária recebeu um investimento de R$ 55 milhões, contemplando infraestrutura portuária, equipamentos navais e a contratação de pessoal. Parte do porto permanecerá em Itacoatiara para atender eventuais secas futuras, como a prevista para 2025.
“Se a estiagem voltar, estaremos preparados para retomar as operações sem interrupções”, afirmou Leonardo Queiroz, gerente de planejamento operacional da Super Terminais.
Impacto
O porto flutuante evitou uma crise no comércio e na indústria de Manaus, assegurando o abastecimento da Zona Franca e do comércio local. Grandes empresas, como Log-In, Mercosul, Aliança, Maersk, Cosco e MSC, já utilizaram a estrutura. Destaque para operações como a do navio Pedro Álvares Cabral e o Log-In Jacarandá, que inaugurou as atividades com 1.032 contêineres transportados.
Com a continuidade das operações até o fim da seca, o porto flutuante reafirma sua importância estratégica para a economia do Amazonas. A iniciativa mostra que, mesmo diante de um dos períodos mais desafiadores da história recente, soluções inovadoras podem mitigar os impactos e garantir a continuidade das atividades econômicas essenciais.
(*) Com informações do Amazonas Atual