Nesta sexta-feira, 6 de setembro, a Força Aérea Brasileira (FAB) divulgará um relatório preliminar sobre o acidente aéreo que vitimou 62 pessoas a bordo de um ATR 72-500 da Voepass, ocorrido no dia 9 de agosto em Vinhedo, interior de São Paulo. O documento, elaborado pelo Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa), fornecerá detalhes iniciais sobre as investigações, que têm como objetivo principal entender as causas da tragédia para prevenir futuras ocorrências.
Desde o dia do acidente, os peritos do Cenipa têm se dedicado à análise das causas que levaram à queda do avião, que fazia o trajeto entre Cascavel (PR) e o Aeroporto Internacional de Guarulhos (SP). Um dos avanços importantes da investigação foi a recuperação intacta das caixas-pretas da aeronave, que registraram as conversas entre pilotos, tripulação e torre de controle, bem como dados técnicos como velocidade, altitude e condições climáticas.
A investigação, no entanto, ainda está longe de ser concluída. Especialistas apontam que a principal hipótese até o momento é o acúmulo de gelo nas asas, que pode ter causado a perda de estabilidade do avião, levando a um estol e a uma queda em giro vertical, conhecido como “parafuso-chato”. O meteorologista Humberto Barbosa, da Universidade Federal de Alagoas, reconstituiu o trajeto da aeronave e identificou que ela enfrentou condições meteorológicas críticas por quase 10 minutos antes do acidente, atravessando nuvens com temperaturas de até 40 graus negativos.
Apesar disso, os especialistas alertam que é improvável que um acidente aéreo ocorra por um único fator. As investigações ainda podem revelar falhas em sistemas de navegação, derretimento de gelo, ou até mesmo problemas de manutenção da aeronave.
O relatório final, que apresentará as conclusões completas, ainda não tem data definida para ser divulgado, podendo levar mais de um ano para ser finalizado. A FAB reforça que o objetivo das investigações é entender o ocorrido para prevenir futuros acidentes, e não apontar culpados.