O Rio Negro atingiu a marca de 14,18 metros nesta sexta-feira (22), saindo do patamar considerado de seca extrema, abaixo de 14,5 metros. Desde o início do processo de recuperação, o nível do rio subiu 2,07 metros, segundo o Serviço Geológico Brasileiro (SGB). Apesar da melhora, especialistas alertam que o ritmo de recuperação ainda é lento e as condições climáticas podem trazer instabilidade.
Recuperação gradual
De acordo com a superintendente do SGB, Jussara Cury, outros rios da região, como o Madeira, Purus e o Alto Rio Negro, também apresentam sinais de recuperação. “A configuração da bacia indica uma saída da fase de seca severa para a estabilidade dos níveis. No entanto, os prognósticos climáticos ainda sugerem certa instabilidade no retorno do período chuvoso”, afirmou.
Impactos da seca histórica
Neste ano, o Rio Negro atingiu o menor nível em mais de 120 anos de medições, marcando 12,11 metros no dia 12 de outubro. A estiagem severa alterou drasticamente a paisagem e a rotina da região, como no Encontro das Águas, em Manaus, onde bancos de areia emergiram e embarcações precisaram se afastar da orla.
A seca também impactou a economia local, obrigando indústrias do Polo Industrial de Manaus a instalar um píer flutuante em Itacoatiara para facilitar o transporte de mercadorias.
Perspectivas
O SGB reforça que, embora o processo de recuperação seja positivo, os níveis ainda estão longe de atingir a normalidade para o período. A Defesa Civil do Amazonas continua monitorando a situação, que permanece desafiadora para comunidades ribeirinhas e setores econômicos dependentes dos rios.