O nível do Rio Negro, na capital do Amazonas, atingiu nesta sexta-feira (4) a menor cota já registrada, marcando 12,66 metros, conforme a medição oficial do Porto de Manaus. Essa medida é 4 cm inferior ao recorde anterior de 2023 e foi confirmada com o soldador Francisco Pereira, que verificou a régua no porto às 6h da manhã. Notavelmente, esse novo recorde foi alcançado 22 dias antes do pior nível do ano passado, que foi registrado em 23 de outubro.
Apesar dessa nova marca preocupante no Rio Negro, as operações de embarque e desembarque de cargas e passageiros no Porto de Manaus não serão interrompidas. O diretor portuário, Valmir Mendonça, em entrevista para a reportagem de A CRÍTICA, garantiu que adaptações na estrutura já estavam em andamento desde o mês passado, permitindo a continuidade das atividades. “O Porto foi construído para ficar na parte mais profunda da orla de Manaus, e por isso não fica seco a ponto de paralisar nossas atividades”, explicou Mendonça. “O que fazemos é adaptar o espaço para a chegada das embarcações.”
Na quinta-feira (3), o nível do Rio Negro já havia registrado uma medida inferior à de 2023, atingindo 12,69 metros, segundo o monitoramento do Serviço Geológico do Brasil (SGB). No entanto, essa medida não é considerada oficial. O SGB também informou que, enquanto os rios Negro e Solimões estão em processo de cheia nas cabeceiras — nos municípios de Tabatinga e São Gabriel da Cachoeira, além da cidade peruana de Iquitos — os efeitos dessa cheia não deverão ser sentidos em Manaus antes da terceira semana de outubro.
A atual estiagem tem impactado severamente a população. A Defesa Civil do Amazonas relatou que 747.642 pessoas estão diretamente afetadas pela seca no estado. Os níveis dos cursos de água estão em estágio crítico, próximo ao pior cenário, que é considerado extremo.
As autoridades continuam monitorando a situação e alertando a população sobre os desafios trazidos pela estiagem, enquanto as operações no Porto de Manaus seguem, adaptando-se às novas realidades do nível do rio.
Foto: Rafa Neddemayer/Agência Brasil