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Seca no AM afeta pescadores e pode aumentar preço do peixe em Manaus

A escassez de peixe nas feiras e mercados da capital deve se intensificar nos próximos meses (Foto: Dirce Quintino/Divulgação FAS)

A forte seca que atinge o Amazonas em 2024 já começa a impactar a economia local, principalmente para os pescadores e consumidores de peixe, um dos alimentos mais tradicionais da região. De acordo com a Federação de Pescadores do Amazonas (Fepesca-AM), a escassez de peixe nas feiras e mercados de Manaus deve se intensificar nos próximos meses, resultando em um aumento expressivo nos preços.

A estiagem severa, que tradicionalmente ocorre entre outubro e novembro, foi antecipada este ano, comprometendo a atividade pesqueira. Segundo o presidente da Fepesca, Walzenir Falcão, a redução drástica dos níveis dos rios impede que muitos pescadores alcancem seus pontos de pesca habituais, dificultando o acesso ao pescado. “Com a seca antecipada e as mudanças climáticas, a navegação ficou prejudicada e o exercício da pesca, inviável em várias regiões”, disse Falcão.

Em resposta à crise, a Fepesca enviou um ofício ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), solicitando a antecipação do auxílio defeso e a liberação de ajuda emergencial. O documento, assinado por Walzenir Falcão, pede que o governo federal ofereça duas parcelas extras do seguro defeso, além de cestas básicas e água potável para as famílias dos pescadores afetados.

O auxílio defeso é um benefício concedido aos pescadores artesanais durante o período de proibição da pesca para preservação de espécies. O valor corresponde a um salário mínimo mensal, pago por até cinco meses. Atualmente, mais de 130 mil pescadores no Amazonas dependem desse recurso, o que afeta diretamente cerca de 400 mil famílias no estado.

A situação de emergência foi declarada no fim de agosto pelo Comitê de Enfrentamento à Estiagem, abrangendo os 62 municípios do Amazonas. Isso permite que o estado solicite apoio federal para ampliar as ações de assistência às comunidades impactadas pela seca. A declaração segue uma recomendação do Ministério da Saúde, que já havia emitido uma portaria em fevereiro de 2024 para reforçar medidas em casos de calamidade pública.

Impactos para a população

Com a escassez de peixe e o aumento de preços já previstos, a população de Manaus, que tem o peixe como base alimentar, deve sentir os efeitos no bolso. Além disso, a falta de recursos básicos, como água potável, nas comunidades pesqueiras agrava ainda mais a situação.

A expectativa é que, caso o pedido da Fepesca seja atendido, o auxílio emergencial ajude a minimizar os impactos para os pescadores, mas a previsão de recuperação plena da atividade pesqueira ainda é incerta, especialmente diante das mudanças climáticas que tornam a estiagem mais severa e imprevisível.

Foto: Dirce Quintino/Divulgação FAS

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