A intensa seca que afeta a região Amazônica tem gerado sérios transtornos no transporte de pessoas e mercadorias pela rodovia BR-319, que conecta Porto Velho (RO) a Manaus. Com o nível dos rios em baixa, as travessias feitas por balsas enfrentam dificuldades, resultando em longas filas de veículos e aumento significativo no tempo de espera.
O deputado estadual Comandante Dan (Podemos) divulgou imagens e vídeos que mostram a situação caótica na travessia do Rio Igapó-Açu, localizado no quilômetro 363 da rodovia. Na quinta-feira (19), quando o parlamentar saiu de Manaus, havia uma fila de dois quilômetros de carretas aguardando a travessia nesse trecho. De acordo com relatos de motoristas, a limitação das balsas tem levado alguns a esperar até quatro dias para conseguir atravessar.
“As embarcações estão transportando apenas três veículos por vez devido à seca, o que está tornando a situação insustentável”, afirmou Dan. Ele ressaltou que, apesar de o percurso estar “razoavelmente trafegável”, as condições de segurança são mínimas, agravadas pela poeira e fumaça das queimadas, que comprometem a visibilidade.
O deputado criticou a falta de planejamento para enfrentar os desafios impostos pela estiagem. “O rio vai continuar a secar e a balsa vai parar de vez, lógico. Não seria hora de pensar em soluções duradouras após a seca recorde de 2023? É humilhante o que estamos passando”, declarou.
Em nota, o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) confirmou que as balsas estão enfrentando dificuldades devido ao surgimento de pedras no leito do rio. O departamento anunciou que irá melhorar as rampas de acesso às balsas e que a Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq) está em busca de soluções junto à empresa responsável pelas embarcações para minimizar as filas.
Leia na íntegra a nota enviada pelo Dnit:
O DNIT informa que, atualmente, estão ocorrendo dificuldades na travessia do Igapó Açú, km 260, na rodovia BR-319/AM, devido à severa e prolongada estiagem no estado do Amazonas. Essa situação tem causado problemas operacionais nas balsas, que enfrentam dificuldades para realizar a travessia, além de diversas ocorrências de avarias, provocadas pelo afloramento de pedras em função do baixo nível do Igarapé.
É importante ressaltar que a operação das balsas no local é objeto de outorga da ANTAQ, que, concedeu o serviço à empresa Amazônia Navegações. O DNIT, em colaboração com a ANTAQ, está estudando soluções para amenizar os impactos dessa situação. As ações conjuntas incluem melhorias nas rampas de acesso pelo DNIT, enquanto a ANTAQ busca junto à empresa melhorias operacionais no serviço existente, com o objetivo de diminuir o tempo de travessia com a consequente diminuição das filas.
Foto: Comandante Dan/Assessoria