O último debate entre os candidatos à Prefeitura de Manaus, promovido nesta quinta-feira (24), pela Rede Amazônica, mostrou o atual prefeito David Almeida (Avante) e o deputado federal Capitão Alberto Neto (PL), em intensas trocas de acusações e ataques pessoais. Ambos os candidatos são identificados como representantes da direita, mas as divergências políticas e de alianças geraram atritos significativos nas discussões.
Capitão Alberto Neto, que conta com o apoio do ex-presidente Jair Bolsonaro, buscou associar Almeida a figuras políticas alinhadas ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), como os senadores Omar Aziz (PSD) e Eduardo Braga (MDB). Ele insinuou neste último debate, que Almeida estaria cada vez mais próximo da base governista nacional, o que para ele configuraria uma contradição ideológica.
David Almeida, por sua vez, acusou o oponente de agir contra os interesses da Zona Franca de Manaus (ZFM), afirmando que Alberto Neto seria um “infiltrado” do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), no Amazonas, e que seu compromisso com o modelo econômico da região seria questionável. “O governador de São Paulo é seu aliado contra a Zona Franca de Manaus”, criticou Almeida, sugerindo que interesses de fora ameaçariam a estabilidade do principal motor econômico local.
A troca de provocações continuou, e Alberto Neto devolveu a crítica com ataques incisivos, como ao lembrar um comentário de Bolsonaro que apelidou Almeida de “Pinóquio manauara.” Almeida, em resposta, acusou o adversário de ser o “capitão da fake news,” em referência ao apelido de Capitão Alberto Neto.
Curiosamente, o histórico de alianças de ambos os candidatos já os uniu politicamente. David Almeida, que apoiou Bolsonaro no segundo turno da eleição presidencial de 2022, começou a se aproximar de políticos ligados ao governo de Lula a partir de 2023, gerando críticas e o rompimento de Bolsonaro com sua candidatura. Esse distanciamento levou o ex-presidente a apoiar a candidatura de Alberto Neto, seu novo aliado na disputa manauara.
(*) Com informações da CNN Brasil