A Mineração Taboca, principal exploradora de cassiterita e columbita em Presidente Figueiredo (119 km de Manaus), foi vendida à estatal chinesa China Nonferrous Trade Co. Ltd., subsidiária do grupo China Nonferrous Metal Mining Group Co. A aquisição, anunciada pela antiga controladora peruana Minsur S.A., reforça o papel estratégico da mineradora na economia do Amazonas e do Brasil.
Com exportações anuais de aproximadamente US$ 83,6 milhões (cerca de R$ 507,6 milhões), a Taboca é responsável por uma parcela significativa da balança comercial amazonense. O município de Presidente Figueiredo é o único exportador de ligas metálicas do estado, sendo a China e países europeus, como a Estônia, os principais mercados. Em 2023, as vendas para a China somaram US$ 62,2 milhões, consolidando o país como maior parceiro comercial da região.
Essa movimentação financeira reflete diretamente na economia local. Presidente Figueiredo lidera na arrecadação de royalties entre os municípios amazonenses, com valores que representam 6% de sua receita. Para 2024, a estimativa é que os repasses alcancem R$ 16,6 milhões, contribuindo para o orçamento total de R$ 282,9 milhões. Em 2023, foram R$ 12,7 milhões, o que demonstra o impacto direto da mineração na sustentação econômica do município.
Com um PIB que o coloca como o quinto maior do Amazonas, Presidente Figueiredo também é o terceiro maior polo industrial do estado, atrás apenas de Manaus e Coari. Esses indicadores evidenciam o peso da atividade mineral não apenas para a cidade, mas para a economia estadual.
A venda para a estatal chinesa busca elevar ainda mais a competitividade da operação. A empresa promete investir em tecnologias avançadas para aumentar a eficiência produtiva. “Este novo momento é estratégico para garantir crescimento e ampliar a visão da Mineração Taboca”, afirmou a Minsur S.A.
Além disso, o compromisso com a sustentabilidade continua sendo um ponto de destaque. Desde 1998, a Taboca recuperou mais de 2.900 hectares em Pitinga, com o plantio de 740 mil mudas de espécies nativas e ornamentais, reforçando a integração entre desenvolvimento econômico e preservação ambiental.
Essa transação não apenas fortalece a relação comercial entre o Brasil e a China, mas também ressalta o papel crucial de Presidente Figueiredo como um dos motores econômicos do Amazonas.